quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Transformando tudo em poesia

Ufa! Chegamos em Whitefield, finalmente, mas isto não quer dizer que agora posso descansar. Nada disto, chegamos lá, nós e todas as outras 5000 pessoas que vieram, como nós, em busca da presença de Sai Baba. Começamos a procurar hotel, ou uma casa, ou pousada para ficar pois não teria lugar no ashram, sendo este bem menor que o de Puttaparthi. Todos se acomodaram e só faltava um lugar para mim. Resolvi mesmo que gostaria de ficar sózinha, por isso achei melhor ficar por último. Encontrei um pequeno hotel que acabara de ser construido. Meu quarto ficava na entrada, literalmente na varanda de entrada, a porta dele ficava em frente ao altar. Era um quarto simples, limpo e singelo, com banheiro e chuveiro repleto de água quente, o que é raro.

Quando fechei a porta, coloquei as malas no chão, tomei um belo banho e me deitei para dormir percebi que minha janela estava em frente a rua. Nesta rua, do outro lado, passava o trem, que insistia naquele apito a cada momento, fiquei muito brava... olhei para aquele quarto minúsculo e pensei, "Eu decididamente estou ficando louca!!!! O que é que eu estou fazendo aqui????" e tive uma catarse de tanto chorar.

Acordei na madrugada desta mesma noite, às 3 horas, pois tinha combinado com a Ilma de irmos juntas para o Darsham (é a benção que Swami dá a todas as pessoas reunidas no mandir). Fomos muito cedo mesmo pois ela queria que pegássemos um bom lugar. Vesti um lindo punjabi (roupa indiana de calça comprida e tunica) rosinha e uma pashmina da mesma cor pois de manhã cedinho nesta epoca do ano é bem frio, só esquenta lá pelas 10 horas. Mas aí fica bem quente, esfriando à noitinha, uma delicia!!! Já me sentia muito bem, dormi feito anjo e nem escutei trem nenhum... Ilma chegou alegre e animada e saímos as duas pelas ruas de terra daquele vilarejo sagrado.

A noite estava lotada de estrelas e no ar havia aquele aroma de incenso magnifico e eu podia ouvir mantras vindos de algum lugar, tudo era novo e misterioso. Chegando próximo ao portão de Brindavan já se via e ouvia muitas pessoas acordadas, parecia dia, mas eram 4 e meia da manhã e eu estava desperta como nunca estive em minha vida. Atravessei o lindo portão azul e rosa, para a empreitada mais importante de minha vida, a descoberta de mim mesma, o despertar para o amor e a compaixão por todos os seres e a descoberta que o divino que eu tanto buscava, estava em mim. Tudo que eu lia mas não compreendia, tive a benção de sentir. Ah! e desde então, aquele apito do trem, que antes eu achava triste e me incomodava tanto tanto, passou a ser poético.

Portão do asahram Brindavan.

O mandir.

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