quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

almoço indiano em Sampa e uma carta na India.





Ando tão inspirada e com tanta saudades da India desde que comecei a escrever o blog, que fiz este almoço em minha casa para conhecer o namorado de minha filha Manuela, e tambem para fotos que serão publicadas futuramente numa revista de decoração. Resolvi compartilhar com vocês estas fotos de "backstage" que meu marido Sérgio, que é fotografo, fez. Espero que gostem. A comida (do restaurante Curry, que tambem faz delivery e fica no Real Parque, Rua Barão de Melgaço, 636) estava deliciosa! Recomendo!!!!

Tambem gostaria de compartilhar com vocês uma daquelas cartas que escrevi para mim mesma nos meus primeiríssimos dias em Whitefield.


Asharam do Sai Baba, Brindavan. Já é noite, são 9:00pm e já estou na cama, pronta para dormir. Acordo às 4.30am amanhã. Hoje foi um dia especialíssimo de minha vida, sinto alegria a todo momento, sinto uma paz enorme e incomparável. Sai Baba realmente tem este algo de inacreditável!!!!! Só vendo, só sentindo, só acreditando. Sua luz é infinita e passa para seus devotos com grande força. Sei hoje que tenho um pai, um pai divino, que sou amada pelo divino e passo isto para todos os seres tambem. Como é bom o amor universal, por todos os seres. Como foi bom hoje lavar aquela montanha de copos e baldes e etc... Sinto uma imensa paz e vou dormir com alegria.

PS. Não me sinto mais só!!!

Neza Cesar.




Fotos do Almoço Indiano...


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Transformando tudo em poesia

Ufa! Chegamos em Whitefield, finalmente, mas isto não quer dizer que agora posso descansar. Nada disto, chegamos lá, nós e todas as outras 5000 pessoas que vieram, como nós, em busca da presença de Sai Baba. Começamos a procurar hotel, ou uma casa, ou pousada para ficar pois não teria lugar no ashram, sendo este bem menor que o de Puttaparthi. Todos se acomodaram e só faltava um lugar para mim. Resolvi mesmo que gostaria de ficar sózinha, por isso achei melhor ficar por último. Encontrei um pequeno hotel que acabara de ser construido. Meu quarto ficava na entrada, literalmente na varanda de entrada, a porta dele ficava em frente ao altar. Era um quarto simples, limpo e singelo, com banheiro e chuveiro repleto de água quente, o que é raro.

Quando fechei a porta, coloquei as malas no chão, tomei um belo banho e me deitei para dormir percebi que minha janela estava em frente a rua. Nesta rua, do outro lado, passava o trem, que insistia naquele apito a cada momento, fiquei muito brava... olhei para aquele quarto minúsculo e pensei, "Eu decididamente estou ficando louca!!!! O que é que eu estou fazendo aqui????" e tive uma catarse de tanto chorar.

Acordei na madrugada desta mesma noite, às 3 horas, pois tinha combinado com a Ilma de irmos juntas para o Darsham (é a benção que Swami dá a todas as pessoas reunidas no mandir). Fomos muito cedo mesmo pois ela queria que pegássemos um bom lugar. Vesti um lindo punjabi (roupa indiana de calça comprida e tunica) rosinha e uma pashmina da mesma cor pois de manhã cedinho nesta epoca do ano é bem frio, só esquenta lá pelas 10 horas. Mas aí fica bem quente, esfriando à noitinha, uma delicia!!! Já me sentia muito bem, dormi feito anjo e nem escutei trem nenhum... Ilma chegou alegre e animada e saímos as duas pelas ruas de terra daquele vilarejo sagrado.

A noite estava lotada de estrelas e no ar havia aquele aroma de incenso magnifico e eu podia ouvir mantras vindos de algum lugar, tudo era novo e misterioso. Chegando próximo ao portão de Brindavan já se via e ouvia muitas pessoas acordadas, parecia dia, mas eram 4 e meia da manhã e eu estava desperta como nunca estive em minha vida. Atravessei o lindo portão azul e rosa, para a empreitada mais importante de minha vida, a descoberta de mim mesma, o despertar para o amor e a compaixão por todos os seres e a descoberta que o divino que eu tanto buscava, estava em mim. Tudo que eu lia mas não compreendia, tive a benção de sentir. Ah! e desde então, aquele apito do trem, que antes eu achava triste e me incomodava tanto tanto, passou a ser poético.

Portão do asahram Brindavan.

O mandir.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Chegada a Prashanti Nilayan


Chegamos a Puttaparthi e fomos direto para o escritório da agência de turismo que me atendia na India. Aliás, fui super bem atendida em todas as viagens que fiz. Uma boa dica, uma agência chamada Travel Point, o nome do dono é Syed Muzammil, e o escritório principal fica em Bangalore, mas eles tambem tem uma filial em Puttaparthi.

Era tanta novidade, tanta fartura visual e sensorial que eu me sentia flutuando.... absorta em minhas emoções, quando fui acordada de meus devaneios com a notícia que Saibaba estava deixando Puttaparthi naquele momento, direto para seu outro ashram chamado Brindavan em Whitefield, que fica à 10 minutos de ....pasmem!!!!!Bangalore.

Eu estava ali, parada, quase em frente ao portão de Prashanti Nilayan, tinha muita gente, quase um tumulto, correndo, todos tentando um carro para seguirem Swami, em comitiva. Fiquei sabendo que quando Saibaba vai embora para outro de seus ashrams, todos vão atrás dele, até os comerciantes, restaurantes, tudo... a vila fica às moscas. Então o que eu tinha que fazer era voltar para onde eu havia acabado de sair.

Demorou alguns minutos para cair a ficha e eu já tinha perdido meu carro para novos clientes. Deixei minha bagagem guardada lá, pedi um novo carro e fui a pé para dentro dos portões da morada de Swami, a morada da paz, tentar encontrar a Ilma que estava lá. Imagine a minha presunção... eram milhares de pessoas andando de lá para cá, um mar de gente de todo o mundo, literamente!!!!! Mal entrei e andei 10 passos, trombei com a Ilma! Bom karma o meu heim!? Ela gritou de entusiasmo quando me viu, me abraçou e logo me puxou pelas mãos, rodopiando pelas ruelas e jardins, até encontrar um lugar com uma parede repleta de desenhos vazados que formavam vãozinhos. Encostei meu rosto em um desses vãos e meus olhos acharam Saibaba, lá dentro do mandir, (espaço sagrado aonde Swami dá as bençãos a todos que o procuram) andando suavemente entre as pessoas sentadas no chão em sua veste laranja. Para mim, parecia um sonho, e este foi meu primeiro encontro com meu amado mestre.

Fiquei ali espiando como uma voyeur, feliz... até Ilma me puxar pelas mãos toda contente. Saímos dali como duas crianças, pulando de alegria em busca de um carro, que era de outras brasileiras que estavam com ela como um pequeno grupo, e das malas dela. Arranjamos uma perua Tata, parece estas Land Rovers da vida, super confortável e nova, o que foi um belo upgrade comparado com o carro Ambassador (que me trouxe de Bangalore), que mais parecia um chevrolet dos anos 50 com motor diesel fabricado atualmente... nos anos 80!!!!

Ah! O motorista era outro e colocou toda nossa bagagem na capota do carro. Fomos em 6 pessoas contando com o driver. Estava tão empolgada que nem me importei de estar de volta na mesma estrada, já era outra viagem. Este motorista era muito diferente do Sr. Charrete, parecia até um pouco folgado, mas era super alegre e colocou em seu toca fitas musicas indianas adoráveis em alto e bom som!!!!

E lá estava eu, com 5 brasileiras das quais 4 era desconhecidas para mim e um indiano com vocação para dançarino, que se chacoalhava todo conforme a entoação das canções.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Viagem de encontro ao meu amado mestre

Passei dois dias em Bangalore e havia chegado o dia da minha partida para o vilarejo aonde Saibaba nasceu e aonde ele mora a maior parte do ano, que fica à duas horas dali, chamado Puttaparthi. É ali que existe o ashram de Swami (significa mestre e é assim que os devotos de Saibaba o chamam carinhosamente). O nome deste ashram, que é o maior de todos que ele tem, é Prashanti Nilayan, que significa morada da paz.

Viajei duas horas por uma estrada de pista única, com mão invertida como na Inglaterra, e de uma forma de dirigir totalmente diferente do ocidente, incrível!!! Meu motorista, que já tinha se tornado meu amigo e que era gentil e calmo, dirigia feito louco, buzinando, ultrapassando todos! As vezes eu me pegava tapando os olhos, porque era demais para mim... pensava, "eu sou uma louca de estar nesta estrada com este doido neste pais no meio do nada, sozinha!!!!!"

Mas depois resolvi relaxar e entregar nas mãos de Baba. Então observei que todos os carros, caminhões, e ônibus tinham uma plaquinha na traseira escrito em inglês: "Por favor, buzine." Notei também que todos dirigiam igual ao sr. Charrete e que o fato de ser mão invertida me dava a impressão de colisão imediata a cada segundo. Então fiquei bem tranquila, aproveitei a viagem e o frio na barriga passou a ser diversão.

Duas horas depois de voar por lindas paisagens de plantação de arroz , as vezes de flores, lindos rios, macacos soltos pulando pelas árvores e pelo acostamento, belos saris (roupa que as indianas usam) coloridos enrolados de forma elegante em indianas que caminhavam pelo acostamento equilibrando latas de água na cabeça, montanhas começaram a aparecer. O sr. Charrete disse que estávamos muito proximos de chegar. Meu coração pulou de alegria e já comecei a ver placas grandes e pintadas com cores e lindos desenhos com as mensagens de Swami, tais como:

"Faça bem aos outros e evite causar-lhes mal." "A única religião que existe é a do amor." "Comece seu dia com amor, passe seu dia com amor, termine seu dia com amor, este é o caminho para o divino."

Enquanto eu tentava ler tudo, (estava tudo em inglês) passavam por mim belíssimos prédios de arquitetura indiana, em cores suaves do azul do céu ao rosa do pôr-do-sol. Eram as escolas e até uma universidade que Swami construiu ensinando de tudo, mas principamente os valores humanos. Do que adianta aprender geografia ou matemática se não aprendemos os valores humanos como; a verdade, o amor, a conduta correta, a não-violencia. Formar uma pessoa com bom cárater, dando tanta importancia para seus valores quanto para o ensino fundamental.

Tem uma história que eu adoro e vou contar para vocês.

Uma criança volta da escola e naquele dia aprendeu a importância de se falar a verdade. Ela chega em casa e o telefone toca. É um amigo do seu pai. Ela chama seu papai e ele diz, "Ah! Diga que estou no banho."

Sabe, é muito sério o exemplo que se dá, principalmente para um filho. A humanidade está tão acostumada a mentir que nem se dá conta disto. É preciso fazer o exercício de não mentir por nada, nunca! É difícil mas não é impossivel e posso dizer à vocês... a gente vai se sentindo cada vez melhor em dizer sempre a verdade, e dizer a verdade com amor, com doçura, nunca com raiva.

Bom, continuando a viagem, passo pela Githa, a elefanta de Baba, enorme e suave. Parei o carro e fiquei olhando para ela de longe... soube de histórias que falavam que quando Baba chegava perto dela ela sabia que era Swami, então ela se ajoelhava e colocava a trompa sobre sua cabeça com toda a delicadeza...

Continuei, passando por lindos jardins e experimentei uma felicidade tão pura que jamais vou esquecer. Foi quando me deparei com um lindo portal com os simbolos de varias religiões, como o cristianismo, judaismo, budismo, hinduismo, islamismo... isto quer dizer que todas as religiões são bem vindas.

Entramos no vilarejo e passavam por mim pessoas de todos os tipos; loiros de olhos azuis, altos, baixos, europeus, indianos, americanos, italianos. Todos com um sorriso, um ar pacífico, um andar calmo e lindas roupas de tecidos leves e cores alegres. Nos pés, somente sandálias rasteiras ou pés descalços. Me senti muito bem ali e de novo me veio aquela sensação. A de que estava em casa.

Fotos-

Esse é o portal de entrada para o vilarejo de Puttaparthi aonde está o ashram de Sai Baba.



Links -

Escola Sathya Sai de Valores Humanos no Brasil

Universidade Sri Sathya Sai na India

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Uma carta e uma descoberta.

Achei uma carta que escrevi para mim mesmo... aliás adoro fazer isto!

A escrevi em Bangalore, no meu segundo dia de India, após o dia todo na rua. Tinha acabado de voltar para o hotel. Resolvi mostrá-la para vocês!

"Estar aqui na India, chegando cada vez mais perto de meu avatar Saibaba, me faz sentir uma sensação de felicidade e bem estar por nada. No ar tem um cheiro estranho que as vezes é maravilhoso e as vezes apenas estranho. Saio e entro nos templos, recebo bençãos de nem sei mais quem, mas a verdade é que me sinto bem. Por nada... Estou só, isto é uma pena, gostaria de dividir isto com um amor, com meus filhos. Mas mesmo só, não me sinto triste.

ESTOU FELIZ!!!!"

Neza Cesar.


Preciso explicar que quando resovi ir para India, fui porque queria encontrar pessoalmente, em seu ashram, (lugar aonde mora um ser iluminado e seus discipulos) o avatar Sri Sathya Saibaba. Eu já estava em contato com ele através de sua energia divina, que descobri pelo Centro Sai de São Paulo em Santa Cecilia e de Ilma, uma pessoa maravilhosa e mestre de Reiki, que me ajudou muito em momentos de muita dor emocional que passei em minha vida. Ela era o amor e compaixão personificada e usava junto dela quando me passava o Reiki, em um pequeno porta retrato, uma foto de Saibaba. Eu gostava de olhar para ele ali então um dia perguntei se ela teria uma outra foto dele para me dar. Imediatamente, sem piscar, ela generosamente me deu aquela exata foto, com o porta retrato que tenho até hoje e que foi onde tudo começou.






Links:

Organização Sri Sathya Sai no Brasil
Organização Sri Sathya Sai Mundial




terça-feira, 20 de janeiro de 2009

"A flexibilidade é tão essencial para a divindade quanto a disciplina"

A India foi o lugar que despertou em mim o amor, a compaixão por todos os seres. Lá eu descobri que a felicidade está na simplicidade e que estar em paz consigo mesmo é o melhor!!!! Nada se compara a este estado.

Quando eu estava indo para a India pela primeira vez, fui completamente só e antes passei por Paris que adoro!!!! Quando já estava voando rumo a este país totalmente novo para mim comecei a sentir um alegria inexplicavel... um sorriso em mim delicioso... era como se eu estivesse indo ao encontro de algo que dentro de mim, já sabia que era divino!! Isto foi nos primeiros dias de 2001... deixei para trás como mágica histórias mal resolvidas que infernizavam minha vida... fiquei leve... pisei naquele solo sagrado e me senti em casa...

Era de madrugada, desci em Mumbai e já troquei de aeroporto rumo a Bangalore... a noite era quente e havia muita gente... uma farra... me senti alegre ali no meio daquela bagunça feliz... peguei uma van que levava passageiros do aeroporto internacional para o nacional e no trajeto me senti absolutamente alegre e acordada, olhando para tudo, para aquele caos que me parecia familiar, não sei porque... talvez vidas passadas! Cheguei no aeroporto e peguei um voo para Bangalore, uma linda cidade lotada de jardins, árvores frondosas, muitos templos e um clima quente mas com frescor... chegando lá o motorista que me aguardava se chamava Charrete e me levou para um hotel que me foi recomendado, aonde eu tinha reserva.

Quando cheguei lá fui ficando em choque. Estava tudo escuro na recepção e os empregados dormiam no chão enrolados em panos como se aquilo fosse rotina! Me levaram para minha suite que era tão suja que a colcha da cama parecia que tinha uma camada de gordura. "Bom", pensei, "Não vou conseguir dormir aqui." E olha que eu estava exausta! Desci e fui em busca do meu motorista que dormia no carro, o que para eles é tambem corriqueiro, pois não vale a pena ir para sua casa tão longue e ter de voltar cedo para trabalhar. Pedi a ele a dica de um hotel melhor e a boa notícia era que tinha um em frente, só atravessar a rua! Um hotel lindo, limpo, com um jardim adorável, decoração classuda e um serviço de primeira... ah! E preço ótimo. O duro foi que eles só teriam um quarto para mim ao meio dia, e a estas alturas eram sete da manhã... então deixei minhas malas com o consierge, fui para a caffeterrie, que tinha um visual de bom gosto, conforto, e dava para um grande pano de vidro que nos apresentava um lindo e majestoso jardim e tomei um delicioso café da manhã ocidental!

Dali, peguei o Sr.Charrete, um indiano gentil e doce, que me levou para passear pela cidade. Fiquei tão euforica que nem me lembrei mais de sono ou cansaço! Parei em lojas e comprei roupas indianas, coloridas e confortaveis. Queria estar o mais invisível possivel, pois eu chamava muita atenção com meu jeans, camiseta e ainda por cima meu cabelo loiro. Voltei para o hotel depois do meio dia e desmaiei numa cama fofa, linda e alva... que delícia!!!!!!